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O seu corpo é feito de 37,2 trilhões de células. Mas ele também é feito de líquidos que ficam do lado de fora dessas células. Se você pegar uma quantidade razoável de sangue e colocá-lo para girar bem rápido em uma centrífuga, ele acaba se separando em um líquido amarelo que não contém células, chamado plasma, e nas células em si — glóbulos vermelhos, leucócitos e tudo o mais. Esse procedimento é rotina em hospitais e laboratórios.
O plasma sanguíneo não é o único fluido do corpo humano que não fica alojado no interior das células. Há muitos outros, como o fluido cefalorraquidiano. Ele é uma espécie de soro que fica alojado entre o cérebro e o crânio e serve de amortecedor para pancadas na cabeça. É a mesma função do plástico bolha enrolado em torno de um vaso frágil.
Agora, um grupo de médicos liderados por Neil Theise, da Universidade de Nova York, descobriu que diversos espaços do nosso corpo que antes pareciam preenchidos por tecidos densos, feitos majoritariamente de células, na verdade são ocupados por uma rede de bolsas de líquido. E que, de maneira análoga ao que acontece em torno do cérebro, esses pacotinhos funcionam como um plástico bolha natural, envolvendo órgãos como os pulmões e o intestino. Como diversas estruturas no interior do corpo se expandem e contraem de forma rítmica (devido à respiração e aos movimentos peristálticos, por exemplo), o forro macio ajuda a conter o desgaste e preservar a integridade das paredes. A descoberta foi anunciada em um periódico da Nature.
Fonte: super.abril.com.br