O vice-presidente de futebol do Flamengo, Ricardo Lomba, ganhou a queda de braço com as demissões de Rodrigo Caetano e Paulo César Carpegiani. Com isso, aumenta seu poder no departamento, que desde o afastamento de Flávio Godinho, há mais de um ano, ficava sob a proteção e postura paternalista de Eduardo Bandeira de Mello. Mas isso não significa que o presidente vá se afastar do futebol, ele continuará por ali, indo aos jogos e aparecendo nos treinos. Mas inicialmente sem a mesma influência.
Lomba partiu para o tudo ou nada com as fortes declarações após a eliminação da final do Campeonato Estadual, com a derrota (1 a 0) para o Botafogo. Ele não está sozinho, representa outros vices que chegaram ao máximo da insatisfação nesta quarta-feira. E o SóFla, grupo político do qual Bandeira também é integrante e que tenta ampliar sua influência sobre o futebol profissional desde 2013. Algo estratégico, ainda mais em ano de eleições presidenciais.
Como é provável que Bandeira se candidate a deputado (já se filiou a um partido, inclusive), os resultados do futebol também serão importantes para seu início de carreira política fora do clube. Obviamente o Flamengo vencendo e levantando troféus significaria mais torcedores/eleitores satisfeitos e votos nas urnas. Por essas e outras deveremos continuar a vê-lo descer antes dos demais quando o ônibus do time chegar ao estádio para disputar uma partida.
A grande e esperada mudança é sobre quem passará a deixar o coletivo depois dele. Enfim um técnico capaz de montar um time competitivo? Jogadores acomodados ou dispostos a vencer grandes desafios? Dependerá da capacidade de Ricardo Lomba e seus pares na gestão do futebol, que provavelmente será mais rigorosa após anos de fiascos e jogadores protegidos. O primeiro desafio é encontrar um treinador. Num mercado cheio de dinossauros, outros obsoletos e novatos sem cancha, não será nada fácil.
Reprodução: Mauro Cezar Pereira/ESPN
Fonte: Coluna do Flamengo